"Um só corpo pode ser habitado por presenças sucessivas diferentes, como o demonstra a experiência mais comum. Melhor: um só corpo pode desdobrar-se em dois ou três outros corpos simultaneamente." José Gil
"Um só corpo pode ser habitado por presenças sucessivas diferentes, como o demonstra a experiência mais comum. Melhor: um só corpo pode desdobrar-se em dois ou três outros corpos simultaneamente." José Gil
Do corpo ao incorporal
Encontro em que experimentamos maneiras de se fazer presente; uma investigação sobre as relações entre espaço, corpo, experiência e narrativa, onde buscamos perceber como os diferentes arranjos corporais modificam a atenção, a autonomia e a disponibilidade à vida.
É um projeto que acontece desde 2018, tendo começado em escolas preparatórias de vestibular, onde os adolescentes e adultos vestibulandos entram em contato com diferentes recursos para lidar com as intensidades do período.
Usando jogos corporais de movimento e improvisação, técnicas respiratórias, de meditação e relaxamento, além de exercícios de escrita e criação, pouco a pouco vamos aprendendo a redirecionar sentidos, nomear emoções, buscando criar um corpo menos dócil e disperso, mais atento às sensações que experimenta.
Hoje é um projeto itinerante que tem como foco oferecer um espaço de experimentação e aprendizagem à qualquer pessoa interessada, com ou sem experiência em práticas corporais, de escrita e criação.
"Do corpo ao incorporal" - nome que adotei somente em 2023 - faz referência ao texto de mesmo título, disponível no livro Reich: O corpo e a clínica, onde o autor, Marcus Vinicius A. Câmara, faz uma composição entre o pensamento de Wilhelm Reich e Gilles Deleuze-Felix Guattari, analisando os pontos possíveis de aproximação. É a partir desse recorte teórico que fundamento as práticas oferecidas, sempre buscando compor com outros autores e autoras.
"Sou o pai, a mãe, os filhos, os primos, a criada e o primo da criada, ao mesmo tempo e tudo junto, pela arte especial que tenho de sentir ao mesmo [tempo] várias sensações diversas, de viver ao mesmo tempo - e ao mesmo tempo por fora, vendo-as, e por dentro sentido-as - as vidas de várias criaturas.
(...)
Para criar, destruí-me; tanto me exteriorizei dentro de mim, que dentro de mim não existo senão exteriormente." Bernardo Soares
FOTO Colégio Pensi Teresópolis, 2021